quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Cap. 16 – Hit the road, Jack

No dia seguinte acordei, arrumei minha mochila, passei no mercadinho pra comprar chocolate. Preparei um brigadeiro de despedida com a lata de leite condensado que havia sobrado da minha cesta básica. Com certeza Yení comeria em uma tarde e não sobraria nada pra ninguém...

Separei uma sacolona de coisas que, realmente, eu não tinha necessidade de levar de volta pro Brasil e deixei-a pro Enrique e família. Tinha desde todos os remédios que eu levei, até shampoo, sabonete, sabão pra lavar a roupa, umas camisas, uma calça, uma sandália, meu relógio, canetas, caderno, etc.
Almoçamos rapidinho e o Roly foi me levar no aeroporto. Antes passamos na casa de um cara que vende gasolina e óleo pro motor. Esse cara trabalha num posto de gasolina e, obviamente, desvia os produtos pra vender no mercado negro. Roly botou 3 litros de óleo no motor! Não sei como aquela coisa tava andando antes...


"Completando" o óleo...


O dia estava chuvoso, pela primeira vez em toda a minha viagem! Haja sorte...

Na hora de sair pro aeroporto parou de chover. Roly deu graças pois o limpador do pára-brisa não funcionava! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Cheguei no aeroporto e segui as orientações passadas pelo telefone. Na fila de Imigração deveria procurar, dentre os 12 guichês, o que tivesse uma negra com coque na cabeça e tiara azul. Era o meu contato. Cuzin piscando... Chegou a minha vez. Coração na boca. A mulher pegou meu passaporte, olhou pra mim, apertou uns botões no computador, deu uma risadinha sacana e só faltou cantar:

Hit the road, Jack. And don't you come back no more, no more, no more, no more….

FIM




* Meus agradecimentos aos meus pais por todo o apoio, amor, carinho, compreensão, e por terem me criado e educado PARA o mundo, na maior prova de amor e altruísmo que um filho poderia receber. Aos meus amigos mochileiros pelas dicas, sofás para dormir pelo mundo, e estímulos para seguir viagem. Ao meu amigo Rusu que me incutiu o prazer de mochilar, em 2005. Ao Enrique (e família), Lina, Maria, Chacal, Igor, Leonid, Eric, enfim, todas as pessoas bacanas que eu conheci em Cuba e que fizeram dessa viagem uma das melhores de minha vida. Obrigado até ao Julio e Elsa que me botaram numa fria, mas que, no final das contas, me deram uma boa história pra contar pra vocês! Hehehehe. Aos meus companheiros de trabalho que seguraram a onda nessas três semanas em que eu fiquei sem ligar o celular, atender cliente, responder e-mails, enfim, tocando o FODA-SE geral!!! Obrigado a todos aqueles que não foram citados nominalmente aqui mas que fizeram parte dessa viagem, direta ou indiretamente. E, por fim, obrigado aos orixás, à Deus, à toda forma de divindade existente e seguida neste mundo que, com certeza, abriram meus caminhos e me protegeram nessa jornada!
Axé pra quem é de axé
Saravá pra quem é de saravá
Aleluia pra quem é de aleluia
Amém pra quem é de amém
Shalom
Namastê geral
Ai!

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver... é preciso questionar o que se aprendeu. É preciso ir tocá-lo”.
 Amir Klink, “Mar sem Fim”.


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